segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Baile de máscaras

Me sinto desajustada
Enquanto caminho por entre as vitrines de sorrisos decorativos.
Num jogo caleidoscópico
Em que pessoas inteiras se perdem
Nos reflexos partidos de sua própria imagem virtual
E como feitiço tornam-se máscaras
Ninguém me enxerga.
De que me valem estas presenças surdas a tudo que digo?
Presenças que também não me contam histórias
Estão ali mas não estão de fato
Porque não me tocam e não me permitem tocá-las
São impermeáveis e ocas.

Pois prefiro a solidão sozinha
Que viver a solidão no meio de rostos que mais me parecem
Invólucros plastificados
Manequins
Companhia de plástico e verniz
Condicionada a rir mecanicamente nos momentos felizes
E virar o rosto diante de qualquer tristeza.
Se constrangem em rubor de blushes artificiais
Quando sangro publicamente
Quando quebro as leis e choro...

Está proibido ser triste neste carnaval.







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