sexta-feira, 19 de abril de 2013

Armadura

Em alguns momentos vejo-o ausentar-se de si mesmo.
Nesses momentos seus olhos negros fitam algum lugar no vazio.
Pressinto, então, sua alma em busca do que lhe faça sentir
Enfim o essencial que lhe falta.
Entendo tudo isso com uma lucidez doída.
Ás vezes você é cúmplice, outras vezes carrasco.
E ao mesmo tempo que se entrega, se fecha, vai embora.
E me faz duvidar.
Eu me pego caminhando entre cacos do seu sentimento
De pés descalços.
Entre tantos versos, palavras jogadas entre nós
Em meio a tudo que silencia
E até mesmo quando há qualquer promessa de futuro
Espero sempre o seu adeus.
Porque, de alguma forma, você sempre se despede.
E jamais despe a armadura que o protege e o imobiliza.

2 comentários:

  1. Nem todo mundo é tão forte quanto pensa. Exibem uma armadura que não lhes cabe, pois somos todos humanos e dependemos disso.
    E nem todo adeus será bem-vindo, mesmo que tardio.
    É mais fácil deixar o tempo fluir, até que o adeus se torne desnecessário.
    Abraços.

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  2. http://www.youtube.com/watch?v=TlUxKq-vaX8

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