sábado, 21 de maio de 2011

De sermos primeira pessoa do plural

Nota: este parágrafo é pedaço de um outro texto, e não se trata necessariamente de qualquer coisa verídica.

(...) Caíram nossas flores, depois nossas folhas, e agora somos como árvores nuas. Este outono nosso tem sua poesia, essa alegria nostálgica de uma sombra cheia de buracos, de brincar com o pontilhado não revelado entre os pedacinhos infinitos de uma verdade brilhante de sol.
Somos como aqueles pedacinhos óbvios de sol, nosso brilho é tão arroz com feijão que já tem gosto de todo dia. Ainda assim, em certas ocasiões nos damos conta da magia de existirmos exatamente como somos, em certos momentos o manto dourado do sol, a nos cobrir de luz e calor, germinando-nos de tudo quanto existe, torna-se aos nossos olhos vestido de um milagre particular. É quando nos reconhecemos, e é quando eu tomo fôlego para continuar o meu mergulho em direção à qualquer pedaço de verdade, de ser eu e de sermos nós, fixa como terra firme, para que possamos dar um último impulso e submergir de toda dúvida. (...)

3 comentários:

  1. Ah, querida Sofia!
    que lindo seu post!
    Tão leve, tão cheio de amor!
    E cheio de recomeços a partir daquilo que se tem!
    Amei!
    Beijo grande!

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  2. Eu queria escrever no plural também...

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  3. E não há nenhum espaço pro singular. O sol agora pertence a lua e brilham juntos, feito sinfonia.


    Tocante.

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