segunda-feira, 11 de abril de 2011

Queda livre

Ficava perplexo com o quanto um olhar podia dizer.
Ou com o quanto gostaria que dissesse.
Tiveram tantas conversas em silêncio, disseram tantas coisas nos pontos entre suas conversas casuais, e alimentaram sem querer a catástrofe de sentir o que convertera-se em segredo doído.
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Era o abismo, era o fim. Mas por que é que a vontade maior era de ouvir enfim o baque seco dos corpos batendo no chão, lá na beira do precipício?
Ela fechava os olhos e sentia bater nos cabelos o vento da queda, impregnado do perfume que não saía da memória.
Cair. Cair, cair, cair, cair.
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Reflexo de luz em espelho partido.
No segundo seguinte já se tinham perdido.




4 comentários:

  1. O formato do texto ficou tao unico.
    As palavras tao encaixadas.
    *_*

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  2. O abismo, o desalento é tão oco quanto o mistério do amor.


    No silêncio as palavras dizem muito mais...


    Um beijo

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  3. Mas levanta. Queixo pra cima, bola pra frente. Não podemos desanimar. (porque estou tao otimista?)

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  4. olhares sempre dizem muito, mas as pessoas sempre se perdem mais ainda.

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