segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Eis que me perco...

Onde está meu transbordar de mim?
Temo que num desses delírios de ser forte
Eu tenha fingido um sorriso amarelo
E tenha perdido entre meus dentes
Num abrir forçado dos lábios
A verdade fulminante que sempre foi tão minha
Esse entregar-me sem piedade
sem medo e sem pudor
Até chegar no âmago de mim
Que é pressa
Delírio
Êxtase
E dor

Quis adequar-me
Quis ser alguém
que tivesse a tal força desconhecida
do controle de si mesmo
Quis não ser tão inconstante
Não sabia eu que a inconstância era a cor dos meus olhos
O ir e vir da maré dos meus sentimentos
O meu medo
Meu exagero
Era a pura verdade intrínseca e momentânea
Mais pura
De mim

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